O senador Renan Calheiros, talvez, entronizado como a prova viva do poder de manipulação de um indivíduo sobre o interesse público.
Acabamos de assistir a um belo momento histórico com a denúncia pelo Supremo Tribunal Federal dos 40 mensaleiros, mas na quinta-feira talvez assistamos a outro momento histórico, desta vez escandaloso. O senador Renan Calheiros, talvez, entronizado como a prova viva do poder de manipulação de um indivíduo sobre o interesse público.
A votação do Conselho de Ética foi preparada pelo próprio acusado. Até o secretário da Mesa do Senado renunciou, dizendo que a consultoria jurídica do Senado foi pressionada, pois o voto devia ser aberto. Mas o interesse de Renan será secreto. E, mais que isso, os conselheiros vão votar, mas não poderão votar. Só podem sugerir indícios. Marisa Serrano e Renato Casagrande tiveram a coragem de se declarar contra Renan. O ajudante de ordens Almeida Lima vota a favor, claro. E os outros? Não vão expor a sua opinião?
Depois dos açougues fantasmas, dos envelopes voadores, dos laranjas analfabetos, das fazendas de mentira, a decisão previamente aleijada do Conselho de Ética irá ao plenário e o voto será secreto, no escurinho dos interesses. Ou seja, depois da grandeza do STF, talvez o Senado se suicide, desmorone como um daqueles cupinzeiros do planalto central.