As "milícias" e os narcotraficantes do Rio de Janeiro!!!
O noticiário do Rio de Janeiro, ultimamente, não fala de outra coisa, senão das “milícias” que estão expulsando traficantes de favelas cariocas e ocupando seu lugar.
O assunto não é novo, já foi tema de uma tese de doutorado de acadêmicos da PUC (Pontifícia Universidade Católica), do Rio de Janeiro, que estudou o fenômeno ocorrido na favela Rio das Pedras no bairro de Jacarepaguá, onde há vários anos não há traficantes de drogas.
A comunidade goza da segurança proporcionada por uma “milícia” formada por policiais e bombeiros militares, além de ex-policiais e alguns agregados.
A questão é que o fenômeno das “milícias” agora vem se expandindo, e já são dezenas de comunidades carentes do Rio de Janeiro onde os traficantes de drogas foram expulsos e as “milícias” agora dominam os locais.
As “milícias” atuam em um modelo clássico das máfias tradicionais: “vendem proteção”!
Cobram uma taxa de segurança de cerca de 15 reais de cada domicílio das comunidades carentes, cobram ágio na venda de botijões de gás e controlam, também com participação nos lucros, o transporte ilegal de vans e a distribuição “pirata” de sinais de TV paga, o chamado GATONET.
As "milícias" também cobram uma comi$$ão sobre a venda de imóveis nas comunidade por elas dominadas.
Estima-se que os ganhos auferidos pelas "milícias" alcancem a cifra de milhões de reais!
Ninguém até agora realizou uma pesquisa com valor científico sobre o que os moradores das comunidades carentes acham da atuação das “milícias”, mas sondagens informais mostram que os moradores preferem as “milícias” aos traficantes de drogas.
É compreensível!
Em primeiro lugar as comunidades ficam livres dos tiroteios entre gangues rivais de traficantes disputando pontos de venda de drogas.
Também não acontecem mais as violentas escaramuças entre narcotraficantes e policiais.
Afinal de contas, as “milícias” nada mais são do que os policiais e similares de “folga”.
É tudo uma ação entre “amigos”!
Desaparece também a má influência dos traficantes de drogas sobre crianças e adolescentes das comunidades carentes, o que os levava ao uso de drogas, ou ao ingresso na então “sedutora” carreira do crime.
Há moradores das tais comunidades controladas pelas “milícias” que afirmam que agora podem dormir com as janelas abertas.
Mas não há a menor dúvida, porém, que a ação das “milícias”, a despeito de todas as suas vantagens sobre a dominação do narcotráfico, é uma afronta à legalidade!
Algumas perguntas incômodas aparecem:
O que acontecerá quando duas “milícias” disputarem o controle sobre a mesma área?
Ocorrerá um tiroteio entre grupos “para-policiais”?
Outra questão que parece estar passando despercebida à grande mídia:
Por que as “milícias” (integradas por policias e assemelhados) conseguem expulsar os narcotraficantes das favelas e ocupar o espaço vazio deixado por eles, e a polícia institucional não consegue fazer o mesmo?
Afinal de contas, a polícia, como instituição, conta, além do poder concreto nada desprezível das armas, com o poder institucional da legalidade, vantagem muito superior à das “milícias”!
O VOX LIBRE tem uma teoria a respeito:
Não é que a polícia, como instituição, não consiga expulsar os narcotraficantes das favelas e impedir seu retorno, é que talvez isso não seja intere$$ante!
Por que fazer uma coisa para não ganhar nada, se em outro momento é possível fazer a mesma coisa quando se obterá um ganho monetário?
Os policiais de “serviço” que não conseguem expulsar definitivamente os narcotraficantes das favelas são os mesmos que conseguem, quando de “folga”, atuando nas “milícias”, botar os criminosos para correr de vez.
Ou seja, na ilegalidade a polícia funciona!
O problema é que os moradores pagam para ter a segurança das “milícias”, quando na verdade estão pagando duas vezes, pois os impostos extorsivos que todos pagamos, já deviam ser suficientes para que tivéssemos “segurança”!
As vantagens e desvantagens da atuação das “milícias” já foram explicadas acima, resta saber o que o governo do Rio de Janeiro vai fazer a respeito.
Se vai instaurar a legalidade em toda a cidade, ou se vai permitir a atuação da polícia “informal” constituída pelas milícias!
O ideal é que todos os cidadãos do estado do Rio de Janeiro tenham segurança sem ter que pagar nada além dos elevados e muitos impostos que já pagam!
E que tenham segurança sem ter que recorrer a "milícias", e que os policiais sejam remunerados de forma justa, sem que precisem fazer fora do "serviço", aquilo que deveriam fazer dentro dele!!!
fonte: voxlibre.blogspot.com