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domingo, setembro 24, 2006

Clubes Militares estão preocupados com o Brasil...

BRASÍLIA - Os presidentes dos três Clubes Militares divulgaram uma dura nota com críticas aos escândalos que atingiram o País, na qual advertem que "a sensação é de perigo iminente à democracia". Os oficiais da reserva que refletem um sentimento existente nos quartéis, já que os militares da ativa não podem se pronunciar sobre temas políticos, afirmam que "já se torna evidente que a corrupção não é somente um ilícito do qual se beneficiam pessoas e grupos, mas sim algo que se transformou em meio de conquista e manutenção do poder". Com ataques ao atual governo, os militares pedem atenção de todos às próximas eleições como único meio de sanear a vida política.
Na nota, assinada pelos presidentes do Clube Naval, almirante José Júlio Pedrosa, do Clube Militar, general Gilberto Figueiredo, e do Clube da Aeronáutica, brigadeiro Ivan Frota, os oficiais demonstram sua "indignação com esse estado de coisas" e ressaltam "a importância das próximas eleições como instrumento à disposição do povo brasileiro para o saneamento da vida política nacional".
Os presidentes dos três clubes militares dizem na nota que se sentem na obrigação de alertar as pessoas sobre o escândalo deflagrado na semana passada. "Nesta semana, surge outro escândalo. Uma tentativa de comprometimento de dois candidatos a cargos executivos com o caso da compra das ambulâncias, mediante a negociação fraudulenta de suposto dossiê. Chantagem ou denúncia, mas com a evidente intenção de desqualificar concorrentes eleitorais. Novamente, envolvendo assessor do presidente, pessoas importantes na hierarquia do seu partido e dinheiro de procedência duvidosa", comenta a nota. Em seguida, eles afirmam que "a sucessão de casos escabrosos e de atos de corrupção já não surpreende o brasileiro honesto".
No mesmo documento, os militares apresentaram um breve histórico das últimas denúncias contra o governo, recordando que "em meados de 2005, explodiu o escândalo do chamado "mensalão", a partir do flagrante preparado contra um funcionário desonesto e das denúncias abertas de um deputado ameaçado pela armação que se preparava para fazê-lo o `bode expiatório". Em seguida, afirmam que "a Nação a tudo assistiu, aturdida pela desfaçatez de homens públicos e membros do governo", e descrevem que, "a partir de então, todos os dias são tornados públicos novos escândalos, sempre envolvendo pessoas próximas ao governo, ao presidente ou ao seu partido".
Na opinião dos presidentes dos clubes militares, "as demissões (ocorridas no governo), forçadas pelas circunstâncias e pelo constrangimento político, nunca foram acompanhadas de completa apuração e das punições necessárias".
Alto comando
Apesar da nota divulgada pelos presidentes dos Clubes Militares, todos oficiais-generais da reserva da mais alta patente da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, os atuais integrantes do Alto Comando das Forças Armadas, se esforçam para evitar qualquer tentativa de se tratar de política nos quartéis.
Esta semana, por exemplo, o Alto Comando do Exército esteve reunido em Brasília durante três dias, justamente no auge do estouro do escândalo da divulgação da tentativa de compra de dossiê contra candidatos tucanos. Mas o encontro não teve a menor divulgação. Apesar de a reunião se realizar muito próximo das eleições, o tema que dominou o encontro foi a preocupação com as restrições orçamentárias e dificuldades que poderão enfrentar no encerramento do exercício financeiro.
Fora da reunião, no entanto, o tema eleição dominou as conversas, com a maior parte dos oficiais convencidos que o resultado das urnas já está definido. As denúncias de corrupção e os envolvimentos de pessoas que têm ligações com o governo ou com o PT entram nas discussões como um tema que prevalece nas conversas de todos os segmentos da sociedade.
Quanto às sugestões de que há setores tentando "melar" as eleições, como denunciou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sexta-feira, os militares lembram que este é um assunto que não lhes diz respeito.

Comentário;
Dá até vontade de pedir proteção aos militares para resolver um "desgoverno" eleito democraticamente.