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sexta-feira, outubro 05, 2007

STF manda...

SUPREMO FAZ.
A CÂMARA FOI INCAPAZ DE FAZER
A decisão do STF sobre Fidelidade Partidária é muito importante para coibir uma das piores chagas da nossa vida política/parlamentar e pode também ensejar uma retomada do debate sobre a tão necessária Reforma Política.
Quanto a coibir o troca-troca de partidos, a decisão vem em muito boa hora. O que testemunhamos em Brasília nos dias que correm é a mais completa desfaçatez, o total desprezo ao eleitor e a instituição parlamentar com a compra e venda de votos e de mandatos. Tudo com o devido estímulo e patrocínio de Lula e seus agentes dentro e fora da Câmara. O que pudemos ver na madrugada da aprovação em primeiro turno da CPMF foi sintoma evidente de que Lula, através de operações impublicáveis, busca sofregamente ter uma maioria parlamentar que seja capaz de tudo, inclusive da aventura de um terceiro mandato.

Muitos questionam, embora louvando a decisão do Supremo, a judicialização da política quanto a Fidelidade. Melhor que um poder legitimamente decida, instado que foi a decidir, do que um poder acovardado - a Câmara - incapaz de decidir embora, da boca para fora, todos preguem a necessidade da Reforma Política. Conversa fiada! O governo Lula tornou-se promotor de mensalão. É um governo profundamente conservador, incapaz de qualquer inovação ou ação reformista. A própria omissão de Lula quanto a Reforma Política dizendo que não queria interferir na decisão do parlamento é reveladora. Ele não quer é reforma alguma.

Reforma Política não diz respeito apenas ao Parlamento. O cerne da Reforma deve ser uma relação mais direta e transparente entre eleitor e eleito, buscando recriar credibilidade em nossa vida pública e na atividade partidária. Favorecer, tanto quanto requerem os desafios do mundo em que vivemos, uma vida parlamentar efetivamente pautada por programas e projetos será a mais importante contribuição de uma Reforma Política que cabe ao Parlamento fazer. Mas é preciso fazer e não se lamentar quanto à decisão do Supremo. Oxalá esta importantíssima decisão estimule o Parlamento a agir.

José Aníbal