Entenda o “Caso Siemens”
O tal "escândalo" que não inclui qualquer político adversário do PT. E mais: presidente do CADE (conselho do governo federal) é nada menos que um amigo de longa data de Gilberto Carvalho
O caso saiu há duas semanas na IstoÉ, revista de Daniel Dantas, com a tradicional repercussão no DCE da Internet™, blogprogs e afins. Haveria um cartel entre empresas privadas para sabotar a licitação do metrô de SP e, segundo reportagem da FSP de hoje, o governo paulista teria compactuado no ano 2000.
Aos fatos A reportagem da IstoÉ tentou a todo custo transformar a acusação de formação de cartel em um fato político, com o manjado expediente de fotos de ex-governadores com semblantes preocupados e uma legenda estapafúrdia: “nada fizeram para combater” (o caso foi descoberto por denúncia DE AGORA, de modo que tal legenda fica naquele campo entre a burrice e a má-fé).
Não há qualquer acusação formal, direta ou mesmo indireta a gestores do governo de São Paulo. Nada. E nem processo judicial, mas sim uma chamada “investigação preliminar” realizada por órgão do governo federal!
Mas o pessoal do DCE da Internet™ não liga para esses detalhes quando se trata de adversários (ou quando vêem a mínima chance de atacá-los mesmo indiretamente). Se acusam órgão ou empresa federal de mutreta, a culpa nunca é de quem foi eleito, mas quando são empresas de governos de partidos não aliados, aí acusam diretamente seus desafetos.
O fato é que não há esse envolvimento, nem mesmo indireto. Nada de nada. A acusação atribuída à Siemens é de cartel empresarial que teria sabotado licitações (em vários lugares, inclusive no DF que é governado pelo PT). Não há dólar em cueca nem político sacando dinheiro na boca do caixa, não há montanha de grana para comprar dossiê nem ninguém ficando milionário do dia para a noite.
Até a reportagem de hoje da Folha, aliás, nem mesmo mísera suspeita: o caso estaria restrito ao interesse das empresas em detrimento do estado, uma prática lamentavelmente comum, que de fato não envolve partidos ou figuras de destaque, mas sim, e quando muito, os subalternos diretamente ligados ao procedimento.
A FSP, hoje, afirma que teria havido “anuência” do governo paulista, segundo relatos atribuídos à Siemens de reuniões havidas há TREZE anos, na gestão Covas, época em que Celso Daniel ainda estava vivo e Lulinha ainda era somente guia do zoológico e não multimilionário – (a empresa nega tudo em nota, veremos mais adiante).
O jornal chega ao ponto de chamar tais diários de “documentos”, o que é evidentemente equivocado em níveis um pouco acima da simples imprecisão. Não há “documento” algum, mas a acusação de que haveria um diário – e nem o próprio diário apareceu (não que mudasse muita coisa, pois continuaria não sendo um documento de fato).
Ponto central: não há qualquer acusação contra os governantes, ou mesmo políticos adversários. Nem um “a” ou um mísero centavo. O jeito, portanto, foi usar o expediente de tentar atingir o partido. E nem mesmo há “documento” algum a negar isso ou afirmar o contrário.
Por óbvio, não se trata de algo nem mesmo parecido com episódios como Mensalão, Caso Celso Daniel, Bancoop, Caso Rose etc. Como dito, e vale reiterar sempre: a acusação atual não é contra os tucanos, mas sim contra as empresas que teriam (segundo as denúncias atribuídas à Siemens) forjado competição licitatória de modo fraudulento.
Reações Acertadamente, o governo de São Paulo, por meio da Corregedoria, anunciou abertura de processo. Também acusou o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), órgão do governo federal, de partidarizar um fato sem liame político.
O tal "escândalo" que não inclui qualquer político adversário do PT. E mais: presidente do CADE (conselho do governo federal) é nada menos que um amigo de longa data de Gilberto Carvalho
O caso saiu há duas semanas na IstoÉ, revista de Daniel Dantas, com a tradicional repercussão no DCE da Internet™, blogprogs e afins. Haveria um cartel entre empresas privadas para sabotar a licitação do metrô de SP e, segundo reportagem da FSP de hoje, o governo paulista teria compactuado no ano 2000.
Aos fatos A reportagem da IstoÉ tentou a todo custo transformar a acusação de formação de cartel em um fato político, com o manjado expediente de fotos de ex-governadores com semblantes preocupados e uma legenda estapafúrdia: “nada fizeram para combater” (o caso foi descoberto por denúncia DE AGORA, de modo que tal legenda fica naquele campo entre a burrice e a má-fé).
Não há qualquer acusação formal, direta ou mesmo indireta a gestores do governo de São Paulo. Nada. E nem processo judicial, mas sim uma chamada “investigação preliminar” realizada por órgão do governo federal!
Mas o pessoal do DCE da Internet™ não liga para esses detalhes quando se trata de adversários (ou quando vêem a mínima chance de atacá-los mesmo indiretamente). Se acusam órgão ou empresa federal de mutreta, a culpa nunca é de quem foi eleito, mas quando são empresas de governos de partidos não aliados, aí acusam diretamente seus desafetos.
O fato é que não há esse envolvimento, nem mesmo indireto. Nada de nada. A acusação atribuída à Siemens é de cartel empresarial que teria sabotado licitações (em vários lugares, inclusive no DF que é governado pelo PT). Não há dólar em cueca nem político sacando dinheiro na boca do caixa, não há montanha de grana para comprar dossiê nem ninguém ficando milionário do dia para a noite.
Até a reportagem de hoje da Folha, aliás, nem mesmo mísera suspeita: o caso estaria restrito ao interesse das empresas em detrimento do estado, uma prática lamentavelmente comum, que de fato não envolve partidos ou figuras de destaque, mas sim, e quando muito, os subalternos diretamente ligados ao procedimento.
A FSP, hoje, afirma que teria havido “anuência” do governo paulista, segundo relatos atribuídos à Siemens de reuniões havidas há TREZE anos, na gestão Covas, época em que Celso Daniel ainda estava vivo e Lulinha ainda era somente guia do zoológico e não multimilionário – (a empresa nega tudo em nota, veremos mais adiante).
O jornal chega ao ponto de chamar tais diários de “documentos”, o que é evidentemente equivocado em níveis um pouco acima da simples imprecisão. Não há “documento” algum, mas a acusação de que haveria um diário – e nem o próprio diário apareceu (não que mudasse muita coisa, pois continuaria não sendo um documento de fato).
Ponto central: não há qualquer acusação contra os governantes, ou mesmo políticos adversários. Nem um “a” ou um mísero centavo. O jeito, portanto, foi usar o expediente de tentar atingir o partido. E nem mesmo há “documento” algum a negar isso ou afirmar o contrário.
Por óbvio, não se trata de algo nem mesmo parecido com episódios como Mensalão, Caso Celso Daniel, Bancoop, Caso Rose etc. Como dito, e vale reiterar sempre: a acusação atual não é contra os tucanos, mas sim contra as empresas que teriam (segundo as denúncias atribuídas à Siemens) forjado competição licitatória de modo fraudulento.
Reações Acertadamente, o governo de São Paulo, por meio da Corregedoria, anunciou abertura de processo. Também acusou o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), órgão do governo federal, de partidarizar um fato sem liame político.