Na verdade, não há argumentos sólidos para a criação de uma estatal, cuja função seria administrar o hipotético, até agora, mar de petróleo.
Trata-se apenas da mais clara evidência do viés estatizante do atual governo.É claro que a ANP pode desempenhar a função da norueguesa Petoro. Afinal, estabelecer uma remuneração diferente para a situação de risco menor - e de investimentos nada desprezíveis- não requer uma nova estrutura. Da mesma forma que se tenta reestatizar o sistema bancário, através do BB - vide BESC, Nossa Caixa etc.-, o governo mostra apenas que a pretexto de pagar dívidas históricas - e o governo é um mau pagador; que o digam os detentores de precatórios - nenhum artifício será deixado de lado para que um estado-paquiderme atravanque o desenvolvimento. Para quem quer mais uma indicação, basta ver o aumento da participação do governo na Vale, através do BNDES, na gestão Carlos Lessa. Essa tendência de repartir receitas e livrar-se de despesas é uma atitude que "precisa combinar com os russos".
Propor aos "parceiros" novos acordos "bolivarianos" pode ser um tiro no pé.Como estamos na fase dos balões de ensaio, é desejável que o assunto seja repensado, a não ser que, contrariando Maquiavel, o mal seja feito aos poucos.